sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

ABSURDO NA LAPA - Centro do Rio

Construção de prédio com mais de 44 andares na Lapa causa polêmica
Crea reclama de falta de audiência pública para aprovação.
Especialistas receiam que o projeto possa descaracterizar a região


A Eletrobrás planeja erguer um prédio de mais de 44 andares, a 200 metros dos Arcos da Lapa, no Centro do Rio, em uma área de antigos casarões. O projeto casou polêmica. Especialistas em urbanismo e patrimônio cultural receiam que a obra possa descaracterizar a região.

No arranha-céu trabalhariam dois mil funcionários que atualmente estão espalhados por edifícios menores no bairro. A construção, que teria 130 metros de altura, seria em terrenos que atualmente são ocupados por estacionamentos.

No fim de 2009, a Prefeitura enviou à Câmara de Vereadores propostas de mudanças na legislação urbanística do corredor cultural do Centro para tornar a obra possível. O projeto foi aprovado e a lei foi sancionada na semana passada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes.

O Instituto dos Arquitetos do Brasil criou uma comissão para analisar o caso. O parecer deve ser apresentado em 15 dias.

Polêmica

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea) criticou a falta de audiências públicas na Câmara antes da aprovação.
“Poucas pessoas conhecem o projeto e há também uma caracterização de que o corredor cultural fica vulnerável a outras atividades do mesmo porte”, disse Agostinho Guerreiro, presidente do Crea.
O secretário municipal de Urbanismo afirmou que não houve necessidade de audiência publica porque órgãos das três esferas do governo foram favoráveis ao empreendimento.
“É um terreno vazio. Uma construção desse tipo vai gerar um equilíbrio econômico, uma valorização econômica para as atividades da Lapa e do Centro da cidade”, disse.
Segundo o secretário, a Eletrobrás, em contrapartida, terá que investir em benfeitorias na região, como a recuperação dos Arcos da Lapa. A Eletrobrás afirmou que ainda está em negociações para a compra dos terrenos e não há previsão de quando as obras devem começar.
De acordo com a assessoria da Câmara dos Vereadores, como o projeto era da prefeitura, a realização de audiências públicas não era obrigatória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário